sexta-feira, 25 de abril de 2008

"Património", de Philip Roth


Tal como o anterior, este é um livro que decorre de uma experiência vivida na 1ª pessoa. E, no entanto, que diferença!...

Philip Roth nem sequer precisou de transmutar os acontecimentos verídicos em personagens fictícias para inundar o texto com uma tal densidade e uma textura ímpar capaz de suscitar o total deslumbramento perante a escrita.

A estrutura narrativa é poderosa e o rigor descritivo prende de tal forma que faz desfilar os episódios na imaginação do leitor, qual caleidoscópio arrebatador de que dificilmente nos conseguimos desviar.

Este “Património” não é apenas uma história verdadeira, à semelhança do que acontece com “O Último Ano em Luanda”. É muito mais do que isso. É uma alegoria à criação, a partir de factos reais, feita pela pena de alguém que mantém o pleno da sensibilidade numa personalidade adulta completamente formada, o que lhe permitiu interiorizar toda a memória emocional da luta do pai contra a morte e, posteriormente, reverter para o papel os mais recônditos desígnios da alma humana.

2 comentários:

Anabela disse...

...,.mais uma excelente recensão...motivadora de novas leituras...sedutora de novos mundos! O Viriato consegue cativar o leitor com as suas palavras sempre assertivas quanto sedutoras... e no final o resultado é sempre o mesmo: uma vontade incontrolável de mergulhar em mais um mundo novo! Obrigada amigo Viriato pelas sugestões que nos deixa!

Anabela disse...

PS: esqueci-me de dizer que embora saiba que as obras de Philip Roth são amplamente elogiadas, nunca tive o prazer de o ler..mas seguramente será mais um autor a ler brevemente...até porque as suas palavras fizeram-me acreditar, yuma vez mais, que vai valer a pena cada seguindo investido nas suas obras!